As postagens anteriores são para uma outra turma 2004, do ano passado. Para vocês, gostaria de deixar um link de umas questões, com gabarito, que servirão de base para eu usar em parte da prova. Mas lembre-se que também haverá questões sobre Imperialismo que usarão o texto e a folha de exercícios já discutidas em aula! (se quiserem também coloco aqui, ok?!)
Ao clicar no link você será direcionado para um arquivo em "pdf" de um professor (Ricardo Carvalho) com 20 questões sobre as Doutrinas Sociais do século XIX. Na verdade são 19 questões, pois a primeira não conta para o assunto a ser tratado e creio ter sido inserida no arquivo para evitar cópias.
Vou deixar abaixo também o texto que estou usando em aula com vocês, para quem não o tiver, e que ajuda a nortear as respostas.
O link é esse:
http://www.portalmodulo.com.br/userfiles/QUEST%C3%95ES%20-%20DOUTRINAS%20SOCIAIS.pdf
E o texto:
Doutrinas sociais
no século XIX
§ Resumindo:
As terríveis
condições de trabalho e de vida do proletariado industrial inspiraram alguns
pensadores a questionar a sociedade capitalista. No começo do século XIX,
surgiram os pensadores socialistas. Os principais foram os franceses
Saint-Simon e Fourier e o inglês Charles Owen. Eles criticavam o individualismo
capitalista e propunham a criação de uma sociedade baseada na igualdade e no
trabalho cooperativo.
Os mais destacados
pensadores socialistas do século XIX foram os alemães Karl Marx e Friedrich
Engels, autores do famoso Manifesto comunista (1848). Eles acusaram
os outros socialistas de serem “utópicos”, ou seja, de não conseguirem mostrar
como se poderia destruir o capitalismo e construir uma nova sociedade.
(“Utopia” significa “sonho bonito, masirrealizável”). Marx e Engels
fundaram o socialismo científico. Na obra O capital (1867),
Marx declara acreditar que tinha provado cientificamente que o capitalismo
seria sempre uma sociedade injusta e irracional. Para ele, o proletariado
deveria se organizar e fazer uma revolução para tomar o poder, destruir o
capitalismo e o domínio da burguesia, e construir uma sociedade baseada na propriedade
social (as empresas, as terras, os bancos etc. pertenceriam a toda a
sociedade).
Outra doutrina
política revolucionária do século XIX foi o anarquismo, cujo
principal defensor era o russo Bakunin. Os anarquistas
rejeitavam qualquer instituição na qual houvesse pessoas dando as ordens e
pessoas obedecendo. Para eles, ninguém tem o direito de dar ordens a outro ser
humano. Por isso, os anarquistas eram contra a propriedade privada, o
capitalismo e o Estado. Não participavam de eleições e não tinham partido
político. Existiram diversos tipos de anarquistas. Uns eram totalmente pacifistas,
outros recorriam ao terrorismo contra as autoridades etc.
Representantes do
movimento operário europeu (socialistas utópicos, sindicalistas, marxistas,
anarquistas etc.) fundaram em 1864 a Primeira Internacional, que
tinha por objetivo apoiar a luta dos trabalhadores do mundo inteiro. Mas as
disputas entre as várias correntes políticas acabaram dissolvendo a Internacional
(1876).
§ Sistematizando
Para justificar o mundo capitalista que se estruturava,
temos o LIBERALISMO ECONÔMICO:
- Defesa da propriedade privada, da exploração do proletariado, do
individualismo econômico da liberdade de comércio e de produção.
- Respeito às leis naturais da economia, liberdade de contrato de
salários e jornadas trabalhistas, sem controle do Estado ou pressão dos
sindicatos.
Os maiores representantes dessas premissas são:
· Adam
Smith (1723-90), autor de “A riqueza das nações”, onde defende a
divisão do trabalho e a livre concorrência, como ingredientes essenciais
para aumentar a produção, buscando sempre a redução de custos, com vistas ao
aumento do maior consumo pelo menor preço.
Para ele, a função do Estado seria zelar pelos direitos à propriedade e
manter a ordem social.
· Thomas
Malthus (1766-1834), na obra “Ensaio sobre a população”, apresentou
uma visão pessimista ao afirmar que a população crescia em progressão
geométrica enquanto a produção de alimentos crescia em ordem aritmética. Nessa
ordem, caberia ao Estado impedir o crescimento da população mais pobre,
limitando-se a assistência e os cuidados dedicados aos mais carentes. Suas
ideias influenciaram bastante o Parlamento inglês, que votou em 1834, a Lei
dos Pobres, cuja ideia consistia em recolher emworkhouses (casas
de trabalho), os desempregados e desabrigados. Nasworkhouses, os
trabalhadores, divididos em alas por sexo, ficariam confinados e dali só
sairiam para trabalhar em alguma fábrica, constituindo assim uma mão-de-obra
barata ou quase escrava, que longe das ruas, não correria o risco de se
proliferar.
· David
Ricardo (1772-1823), autor de “Princípios da economia política e
tributação”, onde defendeu a Lei Férrea dos salários, ou seja, o trabalhador
deve receber como salário apenas o mínimo suficiente à subsistência e nada
mais.
O Germinal: http://www.youtube.com/watch?v=eNORsDsZxSE
Em oposição ao mundo capitalista que se firmava, as
primeiras ações contestatórias, vieram dos LUDITAS, ou
seja, os quebradores de máquinas, que destruíam máquinas e fábricas, vistas
como a razão da miséria e da exploração do trabalhador. Os
luditas foram duramente perseguidos e quando presos, deportados ou condenados à
morte.
A primeira ação do grupo data de 12 de abril de 1812,
quando 350 trabalhadores entre homens, mulheres e crianças destruíram a
tecelagem William Cartwright, próxima ao povoado de Arnold no condado de
Nottingham.
A canção abaixo também nos dá uma ideia do que pretendiam
os luditas:
"Bravos ludistas somos, para a quebra nós
vamos!"
"Deus salve Ned Lud!"
"Máquinas para o inferno, queremos a nossa
dignidade!"
"Quebrar é bom, junta-te a nós e salva a
Europa!"
"Quebra! Quebra ou morre trabalhando!"
"Monstros do industrialismo, vos queremos
quebrados!"
"Máquinas para o chão!"
"Bater! Bater! Bang Bang! Estes são o som da
liberdade!"
"Quebra um, quebra dois, quebra três, quebra
tudo! Tudo!"
A partir de 1816 o movimento perdeu força devido à dura
repressão exercida por 10 mil soldados encarregados especificamente do combate
ao grupo. É um exemplo de que o Estado está a serviço do capital e da
burguesia!
Seguindo a mesma linha de contestação, porém entre os anos
de 1838 a 1848, temos o movimento CARTISTA, que como o próprio nome
indica, utilizava-se da CARTA DO POVO para comunicar “ao
mundo” suas reivindicações:
- Participação política do operariado.
- Redução da jornada de trabalho.
- Substituição do voto censitário pelo sufrágio universal.
- Voto secreto.
Mesmo sem grande número de adeptos, os cartistas
conseguiram apoio parlamentar.
Trecho da Carta do
Povo
Nós dizemos à honrada Câmara [da Grã-Bretanha] que [...] as leis que
criam a carestia dos alimentos e as que rareiam o dinheiro devem ser abolidas.
Os impostos devem recair sobre a propriedade, não sobre a indústria. O
bem-estar de grande número, único fim legítimo, deve ser a única preocupação
também do governo. [...]
Agrade pois, à respeitável Câmara, [...] esforçar-se, [...] em
fazer [...] uma lei que garanta a todo cidadão masculino maior, são de
espírito e inocente de qualquer crime, o direito de votar para deputados do
Parlamento, e que institua o voto secreto para todas as eleições
parlamentares futuras.
ARNAUT, Luiz D.H. Textos e documentos. Departamento
de História/Fafich/UFMG. s.d. www.fafich.ufmg.br/-luarnaut/cartism.PDF
Na linha doutrinária da contestação, temos o ANARQUISMO, movimento
idealizado por dois Bakunin e Kropotkin, que eram categóricos ao dizer que a
origem de todo mal é a existência do Estado, daí defenderem a existência de uma
sociedade voltado para o auto abastecimento.
O SOCIALISMO UTÓPICO, foi desenvolvido
por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Robert
Owen (1771-1859) e P.J. Proudhon (1809-1865).
Defendiam uma sociedade sem exploração onde o Estado
funcionasse como um regulador do bem estar-social
Robert Owen colocou suas ideias em prática ao administrar
por 25 anos um cotonifício em New Lanark, Escócia, onde a jornada de trabalho
foi reduzida para 10 horas e os trabalhadores moravam ao redor das fábricas e
ainda contavam com escolas que ofereciam instrução para os operários e seus
filhos. De acordo com o pensamento capitalista da época, era um exemplo a ser
destruído!
O SOCIALISMO CRISTÃO, concebido a partir da
publicação da encíclica papal Rerum Novarum em 1891, pretendia tornar o
capitalismo mais humano. Combatia duramente as ideias marxistas por acreditar
que elas não estimulavam o trabalho e geravam agitações sociais.
- SOCIALISMO CIENTÍFICO, idealizado por Karl Marx
(1818-1883) e Friedrich Engels (1818-1883), propunha não apenas a contestação,
mas a modificação da sociedade através da revolução proletária, onde o mundo
dividido em duas classes, explorados e exploradores, deixariam de existir.
As ideias e as
atitudes
Durante o século XIX, especificamente nos anos 60, o
movimento e a luta operária ganhou força:
- I Internacional Operária (1864 – Londres) – marcada pelas divergências
entre anarquistas, marxistas e sindicalistas.
- II Internacional (1889 – Paris) – marcada por propostas reformistas e
adotando ideias da Social Democracia Alemã, sugeria uma transformação lenta e
gradual da sociedade.
- III Internacional (1919 – Moscou) – assumiu o nome de Internacional
Comunista (Komintern ou Comintern ) e consumou a separação entre socialistas e comunistas.
- IV Internacional (1938 – Paris) – pretendia ajudar os países a
conquistarem o socialismo.
Espero que ajude e que estudem!
E lembrem-se que estarei aqui para ajudar!
Um abraço carinhoso,
Prof@ Alessandra
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